segunda-feira, 21 de maio de 2012




Obesidade na gravidez pode prejudicar desenvolvimento cognitivo do bebê

Um estudo divulgado esta semana por pesquisadores da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, reforça a importância da alimentação durante a gravidez para o desenvolvimento dos filhos. Levantamento feito com crianças entre 5 e 7 anos mostrou que aquelas cujas mães estavam obesas durante o período de gestação tiveram resultados abaixo do esperado em testes de matemática e leitura. O resultado vem em um momento em que os índices de obesidade crescem no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 15,8% da população sofrem com o problema. As mulheres respondem pela maior parte dos casos. Além disso, em 2009, uma a cada três crianças de 5 a 9 anos estava acima do peso recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O trabalho também corroborou pesquisas prévias que associavam o declínio cognitivo a fatores pós-nascimento, como a baixa escolaridade familiar e a pobreza. Segundo a especialista Tanda Rika, que ressalta o fato de que mais da metade das analisadas não apresentavam peso excessivo antes de ficarem grávidas, os efeitos da obesidade eram semelhantes aos verificados em meninos e meninas criados por pais que não completaram o equivalente à quarta série brasileira.

Tanda, no entanto, pondera que o achado não significa que todas as mulheres obesas terão crianças com tal dificuldade. "Este é um estudo em larga escala, mas não temos como determinar se a decisão de reduzir o peso irá mudar o resultado de seu filho", disse ela. Mas estes resultados sugerem que as crianças nascidas de mulheres que são obesas antes e durante a gravidez podem precisar de apoio adicional", acrescentou.

Mulheres devem dar exemplo

Depois do parto, além de cuidar da própria saúde, as mães devem estar atentas para que os herdeiros não ficarem obesos. E o problema têm crescido vertiginosamente no brasil. De acordo com dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de meninos e meninas entre 5 e 9 anos que estão muito acima do peso quadruplicou nos últimos 20 anos.

Diante deste cenário preocupante, fica evidente a importância de estimular a prática de atividades físicas e de oferecer uma dieta saudável para os filhos. Mas fazer com que os pequenos comam legumes em vez de se renderem à tentação dos doces e salgadinhos é difícil. O caminho, afirma a nutróloga Célia Chaves, chefe do Departamento de Nutrição do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, é dar o exemplo. 

"As preferências são oriundas de hábitos familiares e culturais, custos e disponibilidade dos alimentos. A família é o modelo para o desenvolvimento dos hábitos alimentares, de modo que é importante que a criança observe a família se alimentando com variedade, moderação e equilíbrio", diz. Outro recurso essencial, acrescenta a médica, é tornar o prato divertido. 

"Um visual bonito estimula o apetite e garante o consumo de todos os nutrientes necessários para uma dieta saudável. As cores das verduras e legumes devem ser variadas ao longo da semana. Já as hortaliças devem ser ingerida todos os dias", explica.

Fonte: Jornal do Brasil

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